Estudante de escola pública por toda a vida, precisei me dedicar muito para encarar a Fuvest. Em 2003, na segunda tentativa, ingressei no curso de Comunicação – Relações Públicas da Escola de Comunicações e Artes.
Meu trajeto casa-universidade-casa levava 4 horas dentro do 701-U (Jacanã – Cidade Universitária). Superado o trânsito, eu respirava aprendizado por todo o campus do Butantã. E foi assim de 2003 a 2007.
Nas salas da ECA, recebi muita base filosófica, científica e práticas profissionais com professores inesquecíveis como por exemplo os Prof(s). Dr(s). Margarida Kunsch, Paulo Nassar, Clóvis de Barros. Aprendi a questionar, pesquisar e analisar dados com método. Participei da concepção do I Encontro de Relações Públicas, que deve estar por volta da 20ª edição atualmente. Posso dizer que nossa turma deixou um legado para a área.
Tive minha primeira experiência profissional ao ser estagiária do setor de comunicação da FFLCH, onde pude aprender sobre o trabalho com pessoas sábias e generosas, a exemplo da D. Eliana Barros. Refleti sobre a dureza da vida no bandejão, ao presenciar colegas guardando uma parte do almoço para o jantar.
Entendi que cuidar do corpo é importante ao frequentar aulas de ginástica no CEPÊ. Aprendia nas conversas durante os trajetos do Circular ou ao atravessar a Praça do Relógio. Aprendi com as festas que confraternizar de forma responsável é importante também, como fazíamos nos Jucas – Jogos Universitários de Comunicação e Artes.
Passados alguns anos que já havia completado a graduação, resgatei um hobby para ajudar na saúde mental. Onde podia praticar esse hobby? Na USP, pois participo do Clube de Astronomia de SP, com aulas no IAG.
O hobby me levou ao trabalho voluntário, pois é uma satisfação poder retornar para a sociedade tudo aquilo que eu recebi com tanta competência. Por isso, faço questão de ser fada madrinha do Astrominas, projeto de extensão do IAG em parceria com tantas outras unidades, que leva ciências para alunas adolescentes de todo o Brasil, de modo a romper o paradigma de que ciências exatas não são para meninas.
Tenho convicção de que cada aprendizado desses construiu a pessoa e profissional que sou hoje, trabalhando há 20 anos com comunicação numa instituição financeira Aprendo, reaprendo e também ensino os colegas de trabalho.
Não sou famosa ou influencer, sou simplesmente uma pessoa que vive, trabalha e age com base em valores e aprendizados. E, por tudo isso, sou muito grata e tenho orgulho imenso da USP na minha história.